terça-feira, 2 de julho de 2013

Limítrofe

Há cinco anos comecei com essas frases na parede... era pra ser só uma. Mas a cada decepção, a cada mentira, a cada resposta negativa ao que eu queria, a cada horror a meu reflexo no espelho, lá se ia mais uma frase. Hoje já não há mais espaço nem para uma palavra monossilábica. 
Mas é sobre o horror a mim que eu quero escrever, foda-se o que vocês vão pensar sobre isso.
Eu vivo entre a minha vanglorização e o meu autodesprezo. E não, isso não muda de um dia para o outro. Isso não depende da roupa ou da maquiagem que eu esteja usando. Isso muda em questões de segundo. Isso sou eu. Ou isso sou eu tentando achar o meu eu. Eu não sei ouvir críticas, nunca soube, no entanto as mais pesadas que já ouvi vieram da minha própria mente. Assim como as cobranças, as maiores delas são feitas por mim mesma. E de segundo em segundo eu vou me denegrindo, me anulando, me levantando, me colocando em uma posição inalcançável.
O quarto escuro é tão confortante, mas briga com a ideia de alguém no travesseiro ao lado, com gavetas divididas, com pernas entrelaçadas. É isso, ou melhor, isso é uma das coisas que eu não entendo. Quando, em certas circunstâncias, algumas pessoas tiveram que falar sobre a minha personalidade elas foram unânimes em dizer: “Ela é uma garota decidida, sabe muito bem o que quer”. WTF? Eu queria muito, mas muito mesmo que essas pessoas me contassem aonde é que elas viram isso em mim, porque eu simplesmente não consigo nem decidir se vou tomar chá ou café de manhã, quanto mais as outras coisas importantes que somos todos obrigados a decidir como, por exemplo, casar ou comprar uma bicicleta.

A única certeza, a única escolha correta que eu sinto ter feito em minha vida foi o curso (de Jornalismo), porque o resto meu bem... Foi uma porcaria em cima de outra. Não, não é bem assim, até que tive alguns acertos... Aí, minha cabeça mudou de novo. Mas vou ficar aqui, com meu amor e meu ódio próprio disputando os segundos da minha existência. E que vença o melhor. 

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