sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Seis horas e trinta minutos

Tentei forçar o sono entre os pensamentos atordoados. A pílula azul, vulgo dormonid, já não faz mais efeito se não tomada junto às outras quatro pílulas. Prometeram-me uma felicidade sintética. Cadê ela? Alguém a viu? Vou denunciar no procon, vou fazer protesto, abaixo-assinado e o caralho a quatro. 
Entre a calma do azul e lilás do quarto se contrasta meu semblante, tão colorido por fora, mas, por algum motivo que a terapia ainda não explicou, tão cinza por dentro. Vou me virar do avesso para ver se eu pego alguma cor neste verão. 
Parafraseando a mim mesma, como se eu tivesse algo relevante a dizer, o nascer do sol é algo transcendental, pena que não é ao meio-dia.  

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Still ill

As páginas acabam na mesma velocidade em que a lucidez se esvai. A insanidade te estupra, te fode, mais do que qualquer pessoa. Pensamentos se atropelam. Uma nova faculdade, uma comunidade hippie ou uma corda no pescoço? Sei lá, acaba tudo no mesmo. Você toma um, dois, três, quinhentos banhos, mas não adianta, a sujeira está naquilo que os outros chamam de alma. A sensação do cérebro se desintegrando, a conta bancária estourada, o batom forte para desviar a atenção das olheiras. O refúgio é a cama e a receitinha azul.