quinta-feira, 4 de julho de 2013

All thru' the day I me mine I me mine I me mine

 Eu queria ser a essência e não o essencial. I me mine I me mine I me mine. Eu queria sentir a substância da vida em mim, e não biologicamente, para isso basta-me respirar. Mas eu queria mais, eu queria emanar a vida, não a vida física, para isso bastaria que eu engravidasse. Mas é ainda mais, é ainda maior. Você não vai entender, e se entendeu eu não preciso mais explicar. Existem dois tipos de pessoas: as que entendem o conto do ovo da Clarice Lispector e os que não.
Mas conviver com essa dualidade espiritual é complicadíssimo. Parte de mim quer passar o dia acampando próximo a uma cachoeira, e a outra entre as ruas movimentadas da cidade. Eu busco o agito na calma e a calma no agito. Não importa o lugar, eu nunca estou satisfeita. E aí acontecem aqueles momentos em que eu deveria chorar e eu entro em um estado letárgico, ou então que eu deveria ter calma e eu simplesmente grito o mais alto que eu consigo.
O equilíbrio emocional, pelo menos pra mim, será sempre um sonho. Ah chega disso. Só quero contar pra vocês que hoje foi um dia de conversar difíceis, mas no fim dele eu presenciei o entardecer mais bonito que já vi. Era um azul celeste misturado a um bem clarinho em meio a uma tênue linha lilás. Observei luzes de casas ha pelo menos 20 km de distância da minha. Eu me senti viva, e fazia tempo, muito tempo que eu não me sentia assim.


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