E o que fica depois do cano no
estômago, da UTI, da clínica da sanidade? Fica a certeza de ainda não ter se
encontrado, a certeza de que os problemas seguirão sendo os mesmos. Sim, às
vezes como uma ou outra coisa de diferente, mas basicamente os mesmos.
Oito pílulas e cinco gotas ao dia
pra nunca mais ter que saber quem eu sou.
Insatisfação crônica deveria ser
catalogada e ter seu próprio CID. E aí vem a ânsia de continuar me procurando,
em continuar experimentando de tudo pra saber se faz parte de mim ou não.
Mas e se eu sou o que eu tinha
que ser? Destino? Não sei, não sei, não sei, não me perguntem. Eu sou a soma de
tudo que já vi, ouvi e toquei. Eu sou o resultado de tudo que usei, de tudo que
comi. Eu sou a mistura de todos os lugares por onde passei e de todas as
pessoas que conheci. Eu declaro, hoje, estar em construção até o fim do meu
último dia de vida.
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