quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Happiness is only real when you're selfish

She takes the day but I'm grown. Domingos eu não enfeito mais, no máximo sirvo de pinguim de geladeira na mesa do bar. Cor eu não trago mais, no máximo um cinza pra estragar um dia de sol. A imprevisibilidade continua, não para ser interessante para alguém, só pra me foder mesmo. O meu sonho não está em um carro passando por aqui. Preciso sair desse quadrado, respirar as mesmas histórias está me dando alergia. Me pague uma passagem pra qualquer lugar, deixa que a carência fica por minha conta.

Just 'cause you feel it doesn't mean it's there.  

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Disintegration

Não é arrependimento, é frustração. Ser fiel ao que eu sinto custa caro, sempre custa caro. 
Não é arrependimento, é desgosto. Agir na impulsividade me excita, mas me degrada.        
 Não é arrependimento, é doença. Remédio conforta, mas me deixa num estado letárgico.   
Não é arrependimento, é decepção. Olhar para o passado e não ser nem metade do que eu queria. 
Não é arrependimento, é egoísmo. Amar em um minuto, deixar de amar em dois segundos.                       
Não é arrependimento, é cansaço. De ver todo dia os mesmos lugares, as mesmas pessoas.  
Não é arrependimento, é confusão. De pensar em tudo o que eu não sou, no que eu deveria fazer.                                                                                         
Não é arrependimento, é mágoa. Do pai, do filho, do espírito e do santo.                                 
Não é arrependimento, nunca foi. 

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quase cinco

Acho que eu vim com defeito. Não desses que são visíveis, ou que podem ser encontrados com exames médicos. Aliás, acho não, as receitinhas mensais comprovam isso. Esse defeito é não saber ser amada, e ao mesmo tempo ter necessidade disso. Enquanto a carência patológica me pede uma coisa, o meu outro extremo renega, e aí fico eu, mais uma vez sendo a pessoa mais feliz e mais triste por estar sozinha. O sonho de uma aliança dourada na mão esquerda se perde no do passaporte lotado, sem, por algum motivo que eu ainda não entendo, deixar que eles se misturem. E no fim o que eu posso oferecer a quem fez de tudo para preencher meus vazios é a dor, é a dúvida, é a incredulidade no amor.
E pra mim? Pra mim ficam as canções tristes, as memórias dos primeiros beijos, dos primeiros “eu te amo”, dos pedidos de namoro, de casamento... Aquela sensação gostosa do primeiro encontro acompanhado de “quando a gente vai se ver de novo?”, o que geralmente não leva nem 48 horas para acontecer. E o amor? Onde eu coloco o amor que acompanhou isso tudo? O amor fica no fundo da gaveta, na foto que eu ainda escondo em algum lugar, naquela peça de roupa que acabou ficando aqui, nas cartas trocadas, no riso frouxo ao lembrar alguma velha piada.

Sei que uma hora, de algum jeito, a vida vai me colocar no outro lado das coisas, eu vou sentir na pele toda a dor que eu causei, por outra pessoa que não vai saber ser amada também.