quinta-feira, 28 de abril de 2016

Descompasso ritmado

Eu só mergulho pra me afogar
Você prefere molhar os pés na beira do mar
Eu sou urgência
Você, calmaria
Eu sou o desespero, o alvoroço
Você, só ria
Eu transbordo
Você internaliza
Eu sou o aqui, agora
Você, um “talvez amanhã...”
Eu sou choro contido na garganta
Você, riso frouxo, feito criança
Eu sou prosa introspectiva
Você, gíria que ainda abrevia
Eu, tão translúcida
Você, pedra das mais duras
Eu sou novela mexicana
Você, sabor de fruta mordida, caldo de cana...
Eu sou insônia
Você, narcolepsia
Mas paradoxo mesmo
São dois universos opostos
Existindo em sinergia

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