Baby, você diz que eu sou
livre demais, mas é que você não enxerga as correntes que, de tão apertadas,
atrofiaram minha alma até arrancar sangue do meu corpo. Você diz que eu sou
livre demais, mas não conheceu a prisão em que já me colocaram. Diz que eu sou
livre demais, mas não sabe o quanto essa doença maldita já me prendeu, o quanto
ela já me fez aceitar tão pouco, o quanto eu já vivi de migalhas. A liberdade
que você reconhece em mim hoje, que você considera tanto, e que pra mim é só o
começo, foi conquistada com muita luta, choro, humilhação e sangue, muito
sangue. Eu demorei muito tempo pra fugir da gaiola, baby, não há como voltar.
Toda mulher merece voar.
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