Eu tinha sete anos e já tinha
sérias expectativas no amor. “- Alguém que diga que me ame todos os dias, que
me leve café na cama, que goste de conversar e que diga que eu sou a mulher
mais linda do mundo”, eu dizia para o motorista do ônibus escolar, que ria da
minha inocência pretenciosa e respondia: “- Com tanta exigência, vai ser
difícil heim?”
Não foi difícil. Ao longo do
caminho eu encontrei pessoas que faziam isso tudo e mais um pouco e mesmo assim
não foi o suficiente. Mas, afinal de contas, o que a gente espera do amor? Que
ele seja apenas uma forma de massagear do ego? Que seja um certificado de que
você é uma pessoa com atributos suficientes para ser “escolhida” por alguém?
Não sei. Quando eu acho que
cheguei à resposta, lá vem a vida me mostrando que eu tô errada, e como estou
errada. Não basta só cafezinho na cama, beijinho de bom dia, palavrinha bonita
ao pé do ouvido, tudo no diminutivo mesmo.
A verdade é que o amor próprio é
muito mais importante que o amor conjugal. E quando o amor por outra pessoa faz
com que você diminua o amor por você – ou que você se sujeite a fazer coisas, ou
passar por situações, que afetem negativamente esse amor - é hora de repensar.
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