Corpo material presente, eu não. Há um "eu" para estar? Desde quando? Não me lembro de ter estado nem sequer uma vez. Volvi para mi conocida soledad. Alguém dizia sempre estranhar as minhas frases curtas, acontece que eu sinto de acordo com o manual de redação da minha profissão: meu sofrimento é conciso. Só a objetividade é que me foge, porque sofrer de maneira objetiva já é pedir demais. Mas eu tento, com remédios e exercícios de respiração toda vez que a sanidade ameaça me abandonar outra vez. Un poco de miedo, pero si es para ti me voy. Olho de dentro da fora, porque há outras maneiras de olhar, mas essa é a que incomoda menos. Um consolo: sentir. Tudo pode doer, ferir, sangrar, mas pelo menos saí do estado atônito, tô viva, meu sangue é quente, vivo, eu tô viva, VIVA, e isso vale qualquer sofrimento.